Candidatos ainda devem se enfrentar em pelo menos mais dois debates no 1º turno
O debate dos candidatos à Prefeitura de Guarulhos, realizado nesta segunda-feira (26), pela Veja, teve clima tenso, com vários ataques, desvios de focos e poucas propostas. O encontro teve a presença de Elói Pietá (Solidariedade), Jorge Wilson (Republicanos), Alencar Santana (PT) e Lucas Sanches (PL).
Os prefeituráveis Márcio Nakashima (PDT) e Waldomiro Ramos (PSB) não foram convidados pelos organizadores. No primeiro turno, há expectativa de pelo menos mais dois debates: da Band, em 31 de agosto, e do G1, em 27 de setembro.
No primeiro bloco, Lucas Sanches tentou fazer um pegadinha ao falar sobre a rua Diego Souza, no Cabuçu, que não existe. Já Jorge Wilson questionou o vereador sobre a acusação de Caique Marcatt, seu ex-chefe de gabinete, sobre rachadinha, mas Lucas não respondeu.
Jorge Wilson destacou as obras que terão início neste ano para a conclusão do Hospital da Mulher, do Hospital Infantojuvenil e do Hospital Pimentas-Bonsucesso. Pietá lembrou que entregou três hospitais em seu governo. Alencar destacou obras do governo Lula em Guarulhos e acusou a gestão Bolsonaro de não fazer entregas na cidade. Lucas não soube defender o ex-presidente.
Pietá questionou Alencar sobre sua posição na caso das emendas Pix no Congresso Nacional. O deputado disse que isso é uma negociação entre os partidos e rebateu sobre um processo contra a empresária Fran Corrêa, vice de Pietá, nas obras do Rodoanel Norte.
No segundo bloco, Xerife cobrou novamente Lucas sobre a denúncia de rachadinha em seu gabinete, além de destacar o projeto Muralha GRU, do governo Guti (PSD), que implantou 5 mil câmeras de monitoramento na cidade. Lucas não falou sobre a acusação e disse que Jorge Wilson tem muitos cargos na Prefeitura.
Alencar defendeu que o governo Lula injetou R$ 76 milhões para regularização em áreas de risco com governo federal, além de mil unidades do Minha Casa Minha Vida em Guarulhos, enquanto o secretário estadual de Habitação, Eli Corrêa Filho, apoiador de Pietá, não fez nada pela cidade. O ex-prefeito afirmou que vai criar uma secretaria de Defesa Civil.
Pietá ressaltou que a Maternidade JJM foi inaugurada em seu governo, assim como aconteceu a doação do terreno para o Hospital da Mulher, que ele prometeu concluir a obra, junto da Associação JJM. Já Jorge Wilson lembrou que o dinheiro para a finalização da construção está na conta da Prefeitura, assim como dos outros dois hospitais. Lucas prometeu zerar a fila de creches, enquanto Alencar falou sobre educação inclusiva.
No terceiro bloco, Alencar criticou o atual governo por não colocar em vigor o plano de carreira da GCM (Guarda Civil Municipal), além de retroagir no salário dos servidores. Já Jorge Wilson lembrou do aumento de IPTU nas gestões petistas e prometeu manter o congelamento do imposto em seu mandato.
Alencar voltou a falar sobre o processo contra Fran Corrêa no caso do Rodoanel e Pietá disse que o mesmo já tinha sido arquivado pela Justiça. O ex-prefeito falou ainda que só tem um apartamento e não enriqueceu na política.
Lucas falou em valorização da GCM, enquanto Pietá disse que em sua gestão armou a guarda, duplicou o efetivo e organizou o plano de carreira. Houve novo embate com ataques entre Lucas e Jorge Wilson.
No quarto bloco, Lucas falou sobre a readequação das linhas de ônibus e não cobrança de passagem de ônibus aos domingos, enquanto Alencar defendeu a tarifa zero para estudantes e aplicativo Busão na Palma da Mão. Xerife falou sobre uma equipe técnica para ouvir a população de rua, além de destacar os cinco abrigos feitos pela atual gestão, enquanto Pietá prometeu oferecer aluguel social para os moradores de rua.
Questionados sobre o aumento da circulação de caminhões por causa do Rodoanel Norte, Pietá criticou a falta de diálogo do Estado para a implantação da obra e reconheceu as consequências urbanas, enquanto Jorge Wilson destacou a parceria com o governador para a vinda de projetos de infraestrutura para a cidade.
Em relação à cultura, Alencar ressaltou que o governo Lula trouxe R$ 10,5 milhões a Guarulhos pela Lei Paulo Gustavo no ano passado, mais do que o dobro do orçamento da pasta da Cultura. Ele defendeu o setor como fomento para o turismo, ações de fomento com editais e parceria com a Unifesp. Lucas disse que o segmento precisa valorizar os pequenos artistas.
O debate de hoje foi realizado na ESPM, em São Paulo, e mediado pela jornalista Marcela Rahal. Organizado pela revista Veja, contou com o apoio do instituto Paraná Pesquisas e da Bonini Guedes Advocacia.