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Criminosos utilizam pandemia para fraudes digitais

Foto: Freepik
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A projetista guarulhense Amanda Ramos, 23, estava encerrando seu expediente no trabalho quando recebeu uma ligação de um número desconhecido em seu celular. Como tinha feito cadastro para se vacinar contra a Covid-19, achou melhor atender porque poderia ser uma chamada para agendar a data da imunização.

Do outro lado do telefone, um rapaz se identificou como funcionário do Ministério da Saúde, falou que estava fazendo uma pesquisa sobre vacinação e a pandemia, e que precisava que Amanda informasse um código que acabara de chegar via SMS para seguir com a conversa. Desconfiada, ela acabou não caindo no golpe: se tivesse passado o código, teria entregue o comando de seu WhatsApp para um criminoso.

Criminosos utilizam pandemia para fraudes digitais
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Segundo Rodrigo Talge, especialista em segurança cibernética da Hygia Bank, os golpistas se adaptaram e estão se aproveitando da fragilidade que as pessoas vivem por conta da pandemia. “Em um cenário como o nosso, os argumentos são cadastro de vacina, percepção sobre a pandemia, é um discurso adaptável”, explica.

Normalmente, de acordo com Talge, eles conseguem os contatos a partir de grupos de uma vítima. Esta é justamente a desconfiança Amanda: ela participa de um grupo da faculdade em que estuda que tem 190 pessoas. Quando entrou no WhatsApp depois da tentativa frustrada de golpe, notou que vários estudantes alertavam sobre o contato do mesmo número de telefone que havia ligado para ela.

Criminosos utilizam pandemia para fraudes digitais
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“Quando eles conseguem acesso a uma conta, passam a procurar as pessoas que você mais conversa e aí mandam mensagens do tipo ‘estourei meu limite do Pix e preciso trocar o pneu do carro, pode fazer para mim?’. É o padrão deste golpe, mas muita gente acaba caindo”, conta o especialista.

Mas para ter Pix não é necessário vincular uma conta corrente, com informações reais do golpista? Pois é, e por isso é importante, ao se deparar com uma situação dessas, anotar as informações e abrir um boletim de ocorrência. “É um volume de fraudes elevadíssimo, mas é essencial fazer o BO. Além de oferecer mais insumos para a investigação, você também se resguarda”.

Outro passo importantíssimo, se você cair no golpe, é enviar um e-mail para [email protected] com o máximo de informações possível (número de telefone em formato internacional e descrição do ocorrido).

E para evitar de vez qualquer fraude, o ideal é manter o “desconfiômetro” afinado, como fez Amanda. “Eu indico não passar informações pessoais por WhatsApp ou telefone. E mais: nunca repassar códigos recebidos por SMS ou clicar em links de fontes desconhecidas, seja no celular ou no computador. Estas são as portas de entrada para os hackers”, finaliza Talge.

Procurado pelo GRU Diário, o Ministério da Saúde informou que “não envia códigos ou links para celular ou e-mails” e que a orientação é de que “caso reconheça alguma tentativa de golpe, a pessoa busque autoridades policiais competentes”. Em caso de dúvida, o cidadão pode entrar em contato com o Disque Saúde, pelo número 136.

“A pasta esclarece que está realizando o PrevCov – estudo para estimar a prevalência da infecção pelo coronavírus no Brasil – os participantes serão testados para identificar a presença de anticorpos do tipo IgG para a Covid-19, apontando quem já foi contaminado ou desenvolveu imunidade após a vacinação. Os selecionados já foram comunicados sobre a participação durante o mês de maio, por meio de mensagem de texto. Neste contato, nenhum dado foi solicitado. Os selecionados serão contatados até o final de julho para agendar a coleta de sangue. Novamente nenhum código é solicitado”, segue a nota.

A Secretaria de Estado da Saúde também disse que não telefona para agendar a vacinação e que, caso o cidadão receba uma ligação solicitando dados, um BO pode ser registrado presencialmente em qualquer delegacia ou virtualmente pelo endereço www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br.

Já a Secretaria Municipal de Saúde informou que “o canal de contato com o cidadão guarulhense é a Ouvidoria da Saúde pelo telefone 0800 772 2986”.

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