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Coronavírus: condomínios relatam casos não oficiais e tomam medidas restritivas

Foto: Freepik
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Condomínios de Guarulhos têm enviado comunicados com informações sobre quarentena de alguns moradores e até mesmo de casos confirmados que ainda não entraram nas estatísticas oficiais por conta da demora no exame ou a falta de capacidade do poder público de conseguir atender a todas as suspeitas.

A reportagem do GRU Diário recebeu quatro comunicados de diferentes condomínios que relatam medidas restritivas e até mesmo casos confirmados que não estão nas estatísticas oficiais da cidade.

No Vero Guarulhos, na Vila Augusta, uma mulher de 40 anos e o marido dela, de 38, cumprem isolamento já como caso confirmado. Eles teriam feito o exame no Hospital Nipo Brasileiro, mesmo local onde foi confirmado o quarto caso de coronavírus na cidade. O casal ainda aguarda contraprova.

Segundo o síndico, Alan Newton De Souza, foram tomadas uma série de ações para evitar o contágio em grupo. “No condomínio nós fechamos todas as áreas: salão de festas, academia, brinquedoteca. Cancelamos todos os eventos”, disse.

“Depois que identificamos esse caso, limpamos todos os andares, os elevadores com cloro e a família está isolada”, ressaltou Souza. No local há 326 unidades.

O Condomínio Único Guarulhos, no Gopoúva, também chegou a emitir um comunicado aos seus moradores e informou que existem casos suspeitos já em quarentena, mas que ainda há certa relutância por parte de alguns moradores em seguir as regras de isolamento total. Ao todo, são 2.340 apartamentos.

“Desde o dia 10, a gente está monitorando os pessoas com sintomas e reforçando para as pessoas a necessidade do isolamento porque muitos moradores ainda não acreditam, acham que somos exagerados”, explicou Renato Alves Santana, síndico profissional que, além do Único, cuida de mais seis condomínios em São Paulo.

Assim como no Vero, o Único fechou áreas comuns do condomínio e também tem buscado auxílio do poder público. Hoje, um dos maiores problemas, segundo Santana, é a falta de capacidade do poder público em conseguir seguir a recomendação da Organização Mundial de Saúde e fazer testes com pessoas que demonstram sintomas mais leves e até sintomas mais graves.

“A nossa dificuldade, a grande dificuldade, é receber exames. As unidades de saúde não fazem exames se a pessoa não é do grupo de risco. A gente teve algumas pessoas esperando dez dias por um resultado”, ressaltou.

O síndico chegou a propor ao poder público que enviasse profissionais de saúde para fazer os exames, mas não conseguiu esse suporte.

A reportagem recebeu ainda comunicados de outros condomínios, como o condomínio Dreams Guarulhos, no Gopoúva, e Supera e Suprema, na Vila Leonor, com informações de medidas restritivas e com casos suspeitos de coronavírus.

Coronavírus: condomínios relatam casos não oficiais e tomam medidas restritivas
Comunicado do edifício Suprema
Coronavírus: condomínios relatam casos não oficiais e tomam medidas restritivas
Comunicado do condomínio Dreams

O problema da subnotificação

Embora não exista motivo para pânico, os síndicos ouvidos pela reportagem reclamam da possibilidade de subnotificação, ou seja, quando há mais casos do que os informado no levantamento oficial, já que sem o exame é difícil saber se o morador está ou não contaminada.

Em entrevista ao Estadão, o médico-cirurgião Sidney Klajner, presidente do hospital Albert Einstein, estimou que para cada caso notificado existem outros 15 casos não rastreados.

“É muito importante que as pessoas se conscientizem da importância de permanecer em casa”, disse o médico ao jornal.   

Moradores demonstram solidariedade com vizinhos idosos

Moradores de diversos condomínios tem concordado com as medidas tomadas pelos síndicos e se oferecido para ajudar pessoas idosas, de modo a fazer as compras e evitar a exposição destes grupos de riscos.

No Condomínio Bem Viver, o aposentado Tião Tomaz, de 65 anos, embora não tenha necessitado deste serviço ainda, citou que muitas pessoas já comunicaram estar à disposição para ajudar.

Tião relatou que concorda com as medidas tomadas pelo condomínio e afirmou que os moradores têm colaborado.

“A piscina está fechada e praticamente nem se houve barulho no condomínio. Neste momento é muito importante termos consciência do que estamos vivendo”, conta.

Para o empresário David Oscar Ramos, morador do condomínio Fato Passion, na Vila Augusta, as medidas são extremamente necessárias. Assim como nos condomínios já citados, ele e outros moradores também se dispuseram a ajudar os idosos ou pessoas em grupos de risco.

Para Ramos, que atua no setor de educação, é importante que os pais cuidem das crianças e evitem que elas saiam para inibir o risco de contaminação.

“Os pais têm que segurar as crianças em casa porque são os maiores vetores. É importante trabalhar atividades online e fazer algo produtivo. Quem não está trabalhando deve aproveitar seu tempo, ler um livro, sair desta situação mais forte e mais preparado”, disse.

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