O rapper não esconde o poder de interpretação da realidade, característica marcante em suas letras
No último sábado (9), o teatro do Sesc Guarulhos serviu de palco para um dos maiores nomes do rap nacional: o cantor e compositor Emicida. Com o show AmarElo, o artista trouxe faixas do álbum homônimo, que ganhou o Grammy 2020, e outros sucessos de carreira, como “Levanta e Anda”, “Hoje Cedo”, “Pantera Negra” e “Madagascar”.
Conhecido por misturar rap com outros elementos da música nacional, Emicida começou o show falando sobre a vida das trabalhadoras que moram na periferia e começam o dia antes do sol nascer. A melodia leve não esconde o poder de interpretação da realidade, característica marcante nas letras de Emicida. Logo nas primeiras músicas, o público deixou as poltronas para acompanhar o show em pé, entre palmas para o músico e gritos de protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na segunda parte, o show esquentou o teatro com uma série de músicas que tratam, principalmente, de racismo e da violência contra a juventude negra. Para encerrar, o rapper voltou às melodias leves e cantou a música “Passarinhos”, gravada com a cantora Vanessa da Mata. Vale destacar também o talento dos músicos que acompanham Emicida e o carisma do rapper, que interagiu com o público durante todo o show.
Com cerca de duas horas de apresentação, Emicida mostrou a potência crítica e, ao mesmo tempo, a poesia de suas letras. O público, que cantou todo o setlist, saiu do show com a mesma empolgação com que entrou. Provavelmente, não faltaria energia para uma, duas ou mais horas de show.
Emicida, que já havia cantando no Sesc Guarulhos na sexta-feira (8), também se apresentou neste domingo, às 18h. Os ingressos para os três dias de shows se esgotaram em poucos minutos após a abertura das vendas.
(Texto da jornalista Stephane Sena, Especial para o GRU Diário)