Paciente alega complicações por conta de um cateter cirúrgico colocado no rim e sente muita dor e até dificuldade para andar
A cabeleireira guarulhense Valéria Felícia Lopes Pestana, 38 anos, tem sofrido com uma rotina de dores e debilitações após ter uma cirurgia para retirada de um cateter cirúrgico no Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini, em São Paulo, marcada para abril, adiada e sem previsão de retomada.
Ao GRU Diário, Valéria contou que teve uma série de complicações, já que o acessório teria empedrado e causou uma série de outros problemas, como infecção, sangue na urina, dores nas costas e até mesmo dificuldade para andar.
Ela afirmou que procurou o hospital, mas que a cirurgia estava cancelada por conta da falta de anestésicos, que também eram utilizados para intubação de pacientes com covid-19. Sem previsão para a cirurgia, ela afirma que tem tomado uma série de antibióticos por de uma bactéria que contraiu e teme perder o rim e até mesmo a vida.
“Meu caso é grave, estou tomando 10 dias de antibióticos, meus braços estão roxos. Eu estou definhando, muito mal”, disse Valéria.
O hospital em questão é de responsabilidade do Governo do Estado de São Paulo, mas gerido pela Associação Paulista de Medicina (SPDM).
A reportagem questionou ambos os órgãos e foi informado pelo governo estadual que a paciente tem uma consulta agendada na especialidade de Urologia para a próxima semana no Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini. A paciente, porém, informou que não há nenhuma consulta agendada.
Valéria já fez cirurgias para retirada de cálculos renais no hospital. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, o cateter implantado em Valéria foi colocado para melhor funcionabilidade renal. “Qualquer procedimento só é realizado mediante indicação médica, em momento oportuno para o paciente .Além disso, a paciente pode procurar o pronto atendimento mais próximo caso sinta dores ou desconforto, e até mesmo o serviço de pronto atendimento do próprio Hospital de Transplantes, que funciona 24 horas para os pacientes que fazem acompanhamento na unidade”.
A paciente, porém, afirmou que o cateter cirúrgico foi colocado para substituir outro cateter que gerou complicações.
“Importante explicar que, em virtude da necessidade de salvar vidas e priorizar atendimento aos casos de urgência e emergência em meio à pandemia do novo coronavírus, consultas e procedimentos eletivos (não urgentes) podem ser reprogramados com base em avaliação caso a caso, dependendo da orientação médica e do quadro do paciente. Os pacientes que tiverem dúvidas podem entrar em contato com as unidades onde fazem acompanhamento para orientações”, afirmou em nota a gestão estadual.
A paciente aguarda, no momento, o contato do hospital. O GRU Diário segue acompanhando o caso.