Oposição citou casos de pacientes internados em cadeira e falta de medicamentos; Base culpou pandemia
O colapso na saúde pública em Guarulhos por conta da pandemia da covid-19 gerou um debate intenso entre vereadores da base e da oposição da Câmara durante a sessão da Câmara desta quarta-feira (14).
Autora de um requerimento sobre uma UTI desativada no HMU (Hospital Municipal de Urgências), no Bom Clima, a vereadora Márcia Taschetti (PP) afirmou que recebeu denúncias de um idoso vítima de um AVC que ficou três dias em uma cadeira na Unidade de Pronto Atendimento Alvorada.
“Dentro do HMU nós temos uma UTI desativada, uma que não está em funcionamento, tem todo o espaço para colocar ali leito e tem leito suficiente, tem local, tem estrutura suficiente e nós precisamos reativar”, disse Taschetti.
Ela recebeu apoio dos demais vereadores da oposição, como Rômulo Ornelas (PT), que afirmou que é preciso cobrar uma responsabilidade do governo.
O vereador Paulo Roberto (PTB) afirmou que não queria ser repetitivo e que é preciso fiscalizar, mas discordou que a situação mais drástica seja em Guarulhos. “A situação é drástica em todo o País. É mundial”, disse.
“Nós estamos politizando esta situação, quando lá fora, o primeiro mundo, não está politizando, está tentando resolver”, afirmou Roberto, que apontou problemas em diversos países da Europa e da América do Norte.
Líder do governo, o vereador Gilvan Passos (PSD) citou uma situação de uma sobrinha dele que ficou três dias em uma cadeira no Hospital Municipal da Criança e que fez uma reflexão sobre um médico que afirmou que era melhor poder atender a criança na cadeira do que falar que não havia espaço para atendimento e mandar a criança para casa porque em qualquer situação que precisasse a paciente teria atendimento.
O vereador, porém, afirmou que não concorda que pessoas sejam internadas em cadeiras, mas que o momento crítico da pandemia criou esta situação. “Quem esperava, e aí eu concordo, de nível federal, estadual e municipal é o momento de todos se unirem para nós darmos uma resposta à população, mas qual era a cidade, o Estado que estava preparada para isso?”, afirmou Gilvan.
Antes das discussões, os vereadores fizeram um minuto de silêncio pelas mortes em decorrência da pandemia.