Ministra das Relações Exteriores do Chile afirmou que “acusações são gravíssimas” e prejudicam relacionamento entre países
O Chile convocou seu embaixador no Brasil, Paulo Soares Pacheco, nesta segunda-feira (29), como uma forma de descontentamento com a fala do presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o debate presidenciável, no domingo (28), na qual disse que o presidente chileno, Gabriel Boric, queimava metrôs.
“Lula apoiou o presidente do Chile também. O mesmo que praticava atos de tocar fogo em metrôs lá no Chile. Para onde está indo o nosso Chile?“, afirmou o presidente Bolsonaro.
Boric, de 36 anos, se elegeu presidente após uma disputa polarizada com o advogado de extrema-direita José Antonio Kast. Ele já tinha sido deputado e líder estudantil.
Embora o Chile tenha passado por períodos turbulentos de protestos antes da eleição, com depredação de patrimônio público e violência, não há provas ou imagens que mostrem Boric colocando fogo em metrôs.
A ministra das Relações Exteriores do Chile, Antonia Urrejola, considerou absurda a situação e, em entrevista ao jornal chileno “La Tercera”, confirmou a convocação do chanceler, que irá apresentar uma nota de protesto formal contra a declaração do presidente brasileiro.
“São absolutamente falsas e lamentamos que em contexto eleitoral as relações bilaterais sejam aproveitadas e polarizadas por meio de desinformação com notícias falsas”, disse Urrejola.