Decisão favorece ex-presidente Lula que mantém direitos políticos para ser candidato em 2022
A ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), mudou o voto referente à parcialidade do juiz Sergio Moro no julgamento da 2ª Turma da Corte que avaliava o pedido de suspeição do ex-ministro da Justiça. Com a decisão da ministra, o placar se inverteu e ficou 3 a 2 contra Moro e a favor do ex-presidente Lula (PT), que mantém seus direitos políticos para uma possível eleição à Presidência em 2022.
Antes da mudança de voto, o ministro Kassio Nunes Marques havia votado a favor do juiz, o que daria uma vitória a Moro.
A ministra e o também ministro Edson Fachin tinham votado a favor de Moro em 2008, quando o caso começou a ser julgado. No novo julgamento, porém, o ministro Gilmar Mendes, que começou a votar, afirmou que houve um conluio da grande mídia, de procuradores e do ex-juiz em forçar uma decisão contra Lula.
A defesa do petista havia apontar uma série de questões como interceptação telefônica indevida, condução coercitiva, entre outras ações que apontavam a parcialidade do juiz.
Durante este período, também ocorreu o escândalo da Vaza Jato, que trouxe troca de informações entre o juiz e promotores da Lava Jato para produção de provas e mandados contra o ex-presidente.
Com a mudança de voto de Cármen, somados os votos de Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski, o placar ficou em 3 a 2 pela suspeição de Moro, que teve apoio de Fachin e de Nunes Marques.
O plenário do STF ainda deverá julgar decisão monocrática de Fachin que anulou os processos contra o presidente e, caso referende a decisão, o ex-presidente continua apto a disputar as eleições.