“Eles arrumaram e não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?”, disse o vereador em uma sessão de uma CPI
Os vereadores da Câmara Municipal de São Paulo aprovaram por 51 votos a favor e nenhum contrário, nesta terça-feira (24), o parecer da admissibilidade das quatro representações que pedem punição ao vereador Camilo Cristófaro (AVANTE) por ato racista.
Segundo o presidente da Câmara, o vereador Milton Leite (UNIÃO), agora o processo retorna à Corregedoria da Casa para que o acusado possa se defender das acusações.
A acusação ocorreu após o vereador deixar o microfone aberto durante uma sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Aplicativos, no dia 3 de maio, e soltar a seguinte frase: “Eles arrumaram e não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?”.
Após a fala do parlamentar, o caso foi encaminhado para a Corregedoria do Legislativo paulistano, que em 19 de maio aprovou parecer favorável ao prosseguimento do processo na Casa.
De acordo com o corregedor-geral da Câmara, o vereador Gilberto Nascimento Jr. (PSC), só ao final da análise dos fatos será possível prever a punição e concluir se Camilo terá o mandato suspenso ou cassado.
Segundo ainda o corregedor-geral da Casa, a expectativa é de que o caso seja encerrado na primeira quinzena de agosto. Gilberto Nascimento Jr. explicou que a partir do momento em que processo retornar à Corregedoria, ele terá três dias para indicar um novo relator.
No último dia 20, em conversa com a reportagem da Agência Brasil, o vereador negou tenha sido racista e se referiu ao episódio como uma “brincadeira”. “
“Eu não sou racista. Setenta por cento de quem me acompanha são afros. Foi uma brincadeira infeliz com um deles, meu irmão de coração e que, mesmo ele sendo meu amigo há décadas, eu reconheço: fui infeliz, mas racista nunca”, disse.
(Com informações da Agência Brasil)