Convocação do lateral direito, meio-campista e percussionista não é justificável sob nenhum ponto de vista
Nas últimas horas, nenhum outro assunto tomou tanto a conta das discussões brasileiras como a convocação de Daniel Alves. Também pudera. Como justificar a escolha de Tite por um jogador que, nem de longe, lembra aquele que já foi o melhor lateral direito do mundo? A resposta é simples. Não tem justificativa.
Quer dizer, sabemos o quanto o técnico gaúcho é grato àqueles que o ajudaram de alguma forma na carreira. Há três anos, Daniel Alves foi o melhor jogador da Copa América conquistada pelo Brasil no Maracanã. A Copa do Mundo é a única taça que falta na extensa lista de troféus ganhos pelo atleta. Ligando uma coisa com a outra, talvez achemos uma explicação.
Mas, na moral, nem isso explica. Daniel Alves passou pelo São Paulo, seu clube do coração, sem deixar saudades. Isso em campeonatos que estão longe de ser os mais competitivos do mundo. Voltou para o Barcelona, equipe na qual foi muito feliz e jogou o fino da bola, e também não conseguiu fazer absolutamente nada nessa última passagem. Sobre o seu momento no Pumas, não tenho o que dizer, pois confesso que não acompanho o futebol mexicano. Agora, convenhamos que se tivesse se destacando, saberíamos de algo aqui no Brasil.
Daniel Alves, inegavelmente, foi um dos maiores de sua geração e merece todo o nosso respeito. Porém, não merece ir para a Copa. Ainda mais neste momento em que ele nem sabe se é lateral, meia ou percussionista.
Sobre o resto da convocação, não tenho nenhuma objeção e confesso que fiquei animado com a presença do guarulhense Gabriel Martinelli. Agora, é segurar a ansiedade até o dia 20 de novembro, quando a bola vai começar a rolar no Catar.