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Arabesco: Guarulhos ganha loja de doces árabes no Parque Renato Maia

Mohamad Alsahli, de 22 anos, dono da Arabesco. (Foto: Mari Cavalcante/GRU Diário)
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Estabelecimento recém-inaugurado oferece aos guarulhenses doces tradicionais da culinária árabe 

Os doces árabes são mais que uma tradição para a família do administrador Mohamad Alsahli, de 22 anos, dono da recém-inaugurada doceria Arabesco, no Parque Renato Maia. Os doces representam sobrevivência e chance de uma nova vida. 

A história por trás da loja de doces inaugurada na última quarta-feira (12) começou há sete anos, quando Mohamad, aos 15, deixou a Síria com os pais para fugir da guerra e violência. O Brasil foi o único país que abriu as portas para sua família. “Graças a Deus a gente conseguiu pegar o visto legal e viemos para o Brasil”, conta. 

Os três vieram para o Brasil sem ter onde morar, sem parentes ou alguém conhecido, sem trabalho. No bolso, havia apenas 500 dólares. “Nem que morasse na calçada em outro país, era melhor que ficar em uma guerra na Síria”, afirma. 

Ainda no aeroporto de Beirute, capital do Líbano, foram surpreendidos por alguns sheiks que puxaram conversa e ofereceram tâmaras para a família comer. “Foram generosos”, reconhece. Eles deixaram um cartão caso precisassem de ajuda no Brasil. 

Assim que pisaram no Aeroporto de Guarulhos, em Cumbica, se depararam com a dificuldade para se comunicar. Eles recorreram aos sheiks que os convidaram para ficar na Mesquita de Guarulhos, na mesma rua onde está o restaurante.  

O acolhimento que receberam da comunidade árabe guarulhense tirou o medo de passar fome e deu lugar para a calmaria e paz de que tanto precisavam. Como retribuição, decidiram repartir o Mamul (ou Maamoul), doce à base de tâmaras feito pela família, que carregaram o tempo todo desde que partiram da Síria. Para eles, já não fazia mais sentido guardar um doce tão nutritivo. 

“Um pedaço te sustenta o dia inteiro, você fica em pé, firme”, explica. “Não vamos morrer de fome, vamos ter alguma coisa para nos sustentar o restante do dia”, pensava Mohamad diante das incertezas ao fugir de seu país natal. 

A virada da família veio após o elogio dos membros da comunidade. “Vocês têm um paladar ótimo para doce. Por que não fazem doce para vender?”.  Foi quando se deram conta de que poderiam comercializar os doces. 

Começaram as vendas no Centro de São Paulo, com poucos quilos de doces típicos, e expandiram o negócio ao abrir uma fábrica na Vila Galvão, mantida até hoje e fornecendo para estabelecimentos de todo o estado.

“Começamos a pensar diferente. Não precisa ser árabe para comer doce árabe”, conta.

Mohamad ainda afirma que a Síria é o segundo país do mundo que faz os melhores doces, em primeiro está a Turquia. E mesmo assim, “o Oriente Médio inteiro vai na Síria para buscar doce”, explica.

Doce, café e bom atendimento 

A extensa vitrine da Arabesco mostra a variedade de doces: são mais de 35 tipos, vendidos por quilo. Dá para comprar um de cada, como preferir.

Os recheios são diversos. Nozes, pistache, damasco, figo, ameixa, tâmara, queijo, cabelo de anjo, e outros, como opções de massa folhada. Tem para todos os gostos. Inclusive, o doce Mamul que tem um significado especial para a família de Mohamad.

O ambiente é agradável e a decoração remete ao estilo arabesco (desenhos em formas geométricas que podem conter pedras e geralmente são abstratos ), que dá nome à doceria. A música típica tocada ao fundo nos convida sutilmente à cultura árabe e à historia de Mohamad e de sua família . 

Assim que o cliente entra na loja é convidado a provar um delicioso café árabe que leva cardamomo e um ingrediente que ninguém revela, acompanhado de um biscoito de semente de gergelim e pistache. Cortesia da casa. 

Dentre as delícias mais procuradas está o Knafe (ou Knefe) que contém em sua receita cabelo de anjo, manteiga, água de rosas e queijo branco. No Líbano, por exemplo, o Knafe  é consumido com pão no café da manhã, como se fosse um sanduíche. 

É servido quente com calda de açúcar. É uma sugestão reforçada pelos donos que deve ser seguida. O paladar agradece.  

Mohamad conta que em breve a loja abrirá espaço para salgados com a venda de esfihas folhadas e quem sabe, até outros tipos de salgados. 

Serviço
Doceria Arabesco
Avenida Doutor Carlos de Campos, 142 – Parque Renato Maia (próximo ao Bosque Maia)
Aberto todos os dias das 10h às 21h (conforme horário determinado pelo Plano São Paulo durante a pandemia).

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