Concessionária entende que incidentes podem ser justificados por falsa sensação de menos risco com a redução de voos nos últimos meses
O Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos, em Cumbica, já registrou 17 ocorrências de incidentes com pipas e balões neste ano. Destes, 10 foram com balões, dos quais sete provocaram algum tipo de interferência na operação dos voos, por terem caído ou terem sido avistados no pátio de manobras de aeronaves.
Aparentemente inofensiva, a soltura de pipas e balões em determinadas áreas da cidade pode se transformar em um grande problema. No Brasil, soltar balões é crime, mas, mesmo assim, a prática relacionada à tradição junina e a competições de trabalhos artesanais com explosivos ainda é frequente no perímetro urbano.
Dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) revelam que, este ano, em todo o Estado de São Paulo, já foram registradas 125 ocorrências aeronáuticas envolvendo balões.
Deste total, 46 estavam próximos do aeroporto, mas, como citado anteriormente, apenas 10 foram dentro dos 14 km² do sítio aeroportuário e apresentavam um risco real. Desses, sete provocaram algum tipo de interferência na operação dos voos, por terem caído ou terem sido avistados no pátio de manobras de aeronaves.
Para o diretor de operações da GRU Airport, comandante Miguel Dau, uma das justificativas para o crescimento destes números é a pandemia de covid-19, em função do aumento do tempo ocioso para crianças e adultos e a diminuição temporária da atividade aérea no aeroporto, que pode causar a falsa sensação da redução dos riscos envolvidos.
“Ocorrências com pipas e balões, infelizmente, ainda são comuns nos períodos de férias escolares, mas o que nos chama atenção é que, até o final de abril, já ocorreram 17 ocorrências desse tipo dentro do sítio aeroportuário. Este número é alto”, afirma.
Em 2019, a GRU Airport contabilizou 49 ocorrências envolvendo balão, sendo 33 no pátio de manobras. No mesmo período, a concessionária registrou 25 incidentes envolvendo pipas. De janeiro a maio deste ano, foram sete interferências operacionais.