AGL distribuiu revistas, vendeu livros e fortaleceu laços culturais durante a Festa Literária Internacional de Paraty (RJ)
De 30 de julho a 3 de agosto, a AGL (Academia Guarulhense de Letras) participou da 23ª edição da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty, no Rio de Janeiro. Representando a produção literária da cidade, a entidade contou com um estande próprio, onde promoveu a venda de livros, distribuição de publicações e encontros com leitores e autores de diversas regiões do Brasil e do exterior.
De acordo com balanço da acadêmica Fátima Gilioli, coordenadora de Eventos da AGL, mais de 130 exemplares de livros de autores guarulhenses foram comercializados. Além disso, cerca de 200 edições da Revista da Academia, publicação anual da entidade, foram distribuídas gratuitamente aos visitantes.
O presidente da AGL, Jacques Miranda, destacou o protagonismo da entidade no evento.
“A única Academia de Letras presente na Flip. Levamos uma banca eclética, com obras para todos os gostos”, afirmou. Para ele, o feito é histórico e fruto da dedicação de diversos membros, que atuaram de forma coletiva para tornar o projeto realidade.
Valorização da cultura local
Ao todo, dez acadêmicos se revezaram no estande durante os cinco dias da Flip. Entre eles, o escritor e radialista José Augusto Pinheiro, ex-presidente da AGL, comentou sobre a receptividade do público.
“Recebemos famílias de Guarulhos que já conheciam a Academia e outras que ficaram surpresas ao saber da nossa existência”, relatou.
Para o acadêmico José Roberto Jerônimo, a presença da AGL na Flip foi uma afirmação da vitalidade cultural de Guarulhos. “Levamos nossas obras ao epicentro da literatura nacional e internacional, reforçando nosso compromisso com a promoção das artes e das letras”, afirmou.
A escritora Luciene Müller, também integrante da AGL e responsável pela Format Editora, participou do evento com estande próprio. Ela destacou os novos contatos estabelecidos durante a feira.
“Foi muito gratificante sentir o carinho das pessoas e trocar experiências com leitores e escritores de diferentes lugares”, disse.
O escritor Alex Francisco, autor do livro Páginas Coloridas – finalista do Prêmio Jabuti Acadêmico –, participou de mesas de debate.
“Foi um aprendizado incrível. Conheci muitos trabalhos interessantes e vivi momentos de grande troca intelectual”, avaliou.
Inclusão literária com livros em Braille
A participação da AGL também permitiu o contato com representantes do IBC (Instituto Benjamin Constant), ligado ao governo federal, que realiza a transcrição gratuita de livros para o sistema Braille, a partir de arquivos em PDF enviados pelos autores.
A iniciativa tem importância especial para a AGL, que conta com dois membros com deficiência visual: Ivo de Souza, conhecido como “Poeta dos Mares”, e Wilmar Soares. Ambos estiveram na Flip e comemoraram a descoberta da possibilidade de suas obras alcançarem novos públicos.
A professora Hylea Vale, supervisora da Divisão de Imprensa Braille do IBC, explicou que instituições públicas ou sem fins lucrativos podem solicitar os livros transcritos. Autores interessados devem enviar seus PDFs para o e-mail: hyleavale@ibc.gov.br.
Inovação ecológica com livro de plástico
Outro destaque na tenda das editoras independentes, onde estava a AGL, foi o lançamento do livro Poemas de Plástico, do poeta e dramaturgo Pedro Tancini, diretor do Coletivo Parêntesis de Teatro. A obra é impressa em Vitopaper, material plástico reciclado desenvolvido pela Vitopel, do grupo Braskem.
Segundo Tancini, o livro é o primeiro do país impresso nesse tipo de material, oriundo de plásticos recolhidos de praias. “Após várias tentativas, conseguimos imprimir o livro com serigrafia e secagem ultravioleta, numa técnica especial feita pela Gráfica Viana”, explicou ao portal Click Guarulhos.
Guarulhos respira literatura
Para o escritor Marco Arroyo, novo membro da AGL e ex-secretário municipal de Administração e Modernização, a experiência na Flip reforça o poder dos livros impressos em meio ao avanço digital.
“Foi gratificante ver tantas pessoas interessadas em leitura e em conhecer autores. Respirar cultura é essencial”, afirmou.
Além da visibilidade, os membros da AGL destacaram a oportunidade de fortalecer relações com gráficas, editoras e escritores de várias regiões, o que pode beneficiar futuros projetos da instituição, que completa 50 anos em 2028.