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Vídeo: Unimed Guarulhos dá alta à milésima paciente curada da covid-19

Alta 1000 unimed Guarulhos

Foto: Caíque Fernandes/Unimed Guarulhos

Aos 53 anos, Marinalda Silveira Leal ficou internada após ter boa parte do pulmão comprometido pela doença

O dia 27 de janeiro de 2022 entrará para a história da Unimed Guarulhos como a data em que a milésima paciente curada da covid-19, após uma internação, teve alta para retornar ao convívio com a família.

Marinalda (Foto: Caíque Fernandes/Unimed Guarulhos)

A paciente Marinalda Silveira Leal, de 53 anos, teve de ser internada no dia 24 deste mês. Ela testou positivo para a doença causada pelo novo coronavírus em 12 janeiro, após um “vacilo” em seus cuidados rotineiros para evitar a contaminação. Marinalda então retornou ao hospital e uma tomografia mostrou que mais de 25% do pulmão dela estava comprometido.

“A gente realmente só sabe dar valor à vida a hora que a gente fica numa cama. Eu fiquei muito feliz com a minha alta. Agradeço a Deus e a todos os profissionais que estão aqui. Foi um tratamento VIP. Da hora que eu entrei aqui até a hora da saída todos me trataram da melhor maneira possível, não me faltou nada”, afirmou Marinalda.

Para Márcia Silveira Leal, 42 anos, o mais difícil foi fazer a internação da irmã. Era Márcia quem estava cuidando de Marinalda durante o isolamento dela com a família, onde convivem com mais três idosos.

“Na hora que deu positivo eu já desconfiava porque os sintomas foram fortes, ela passou mal sete dias. Foi muito difícil deixar ela aqui. Saí com o coração partido e ela não podia receber visitas”, afirmou Márcia.

A irmã atribui há três fatores a melhora de Marinalda: “Deus, duas doses de vacinas que ela tomou e para a excelente equipe dos profissionais da Unimed”.

Marinalda deveria tomar a terceira dose da vacina ainda neste mês, mas por conta do contágio terá de esperar mais um pouco para tomar o reforço do imunizante.

Alto astral, a paciente de alta, que é funcionária da Tecfil há 15 anos, afirmou que a saudade da família era muito forte, mas que o tratamento dos funcionários foi essencial para que ela se mantivesse forte. Ela fez questão de elogiar os profissionais na linha de frente no combate contra a covid-19:

“Esses profissionais deixam pessoas que amam em casa, pessoas que precisam cuidar, que muitas das vezes também estão doentes, mas mesmo assim esses trabalhadores sabem da importância do trabalho deles e continuam aqui para atender quem está mal. Não tenho palavras para agradecer a esses profissionais”, afirmou Marinalda.

Católica, Marinalda ressaltou que a pandemia vai passar e acredita que esse momento de dor mostra a necessidade de amar cada vez mais o próximo:

“As pessoas hoje precisam saber que a vacina é eficaz. A vida é tudo, hoje essa doença não é para matar as pessoas, era para elas entenderem que é preciso ter mais amor um pelo outro, acreditar que o mundo pode melhorar, começar na gente, não esperar os governantes serem bons. A gente precisa ser bom e Deus vai curar esse mundo todo, só depende de nós”, disse Marinalva.

Presidente da Unimed Guarulhos, o doutor Francisco Nishi afirmou que para os profissionais de saúde que enfrentam a pandemia no dia a dia, a alta da paciente número mil é mais uma vitória contra a covid-19.

“Desde o início dessa epidemia, tudo o que nós enfrentamos, só quem participou aqui de todos esses momentos difíceis junto com toda a equipe sabe que não existe mais nada gratificante do que salvar vidas. Essa felicidade, a emoção que os nossos pacientes estão sentindo é ainda muito mais emocionante para nós que cuidamos. A Unimed está muito feliz e estará sempre disposta a cuidar com carinho. Essa é a nossa missão”, afirmou Nishi.

Vacinação diminui casos de internações graves e óbitos, diz presidente da Unimed Guarulhos

De acordo com o presidente da Unimed Guarulhos, a vacinação em massa contra a covid-19 foi essencial para que houvesse uma queda no número de internações graves e óbitos em decorrência da covid-19.

Marinalda e Francisco Nishi, presidente da Unimed Guarulhos (Foto: Caíque Fernandes/Unimed)

“Atribuímos bastante ao resultado dessa evolução baseada na vacinação. A vacinação deve se manter para que possamos sair de uma epidemia e passar para uma endemia. Dizer que a vacinação vai encerrar? Não. Vai continuar assim como existe na Influenza. Essa é a função da vacina: diminuir a virulência, a gravidade da doença mesmo que a pessoa se infecte para que evolua de uma forma mais branda. Essa é a função da vacinação”, explicou Nishi.

Segundo Nishi, a variante ômicron foi a grande responsável pelo aumento das internações nos últimos meses e, em muitos casos, quando uma pessoa se contamina ela acaba por contaminar todos os demais familiares. Ao GRU Diário, Nishi contou ainda que desde o final do ano passado os hospitais enfrentaram não só a covid-19 como também um surto de influenza.

“Tivemos um impacto na unidade materno-infantil. Apesar dessa mudança no índice de intubação, nós tivemos uma internação muito grande por causa das complicações. Porque, como foi uma incidência muito alta, as complicações passaram a ser altas -proporcionalmente eram pequenas- estatisticamente pelo número de pessoas infectadas, mas as complicações mesmo pequenas se tornaram percentualmente muito grande. Tivemos ocupação total, com hospital lotado e com o dobro de atendimento do pronto-socorro”, explicou Nishi.

O especialista alerta que ainda é preciso manter os cuidados como usar máscara, higienização e distanciamento.

Funcionários também enfrentam perdas e sobrecarga de trabalho

Diretor técnico da Unimed Guarulhos, o doutor Francisco Cônsolo ressaltou ao GRU Diário a importância dos profissionais de saúde neste momento e pediu atenção ao fato de que estes trabalhadores também têm sofrido perdas e sobrecarga de trabalho.

“Imagine o que a equipe sofreu nesses dois anos? Esse dois anos nós estamos vendo essa pandemia. Normal? Não é normal. A gente viu funcionários da UTI chorando no canto porque tinha perdido uma menina de 29 anos que era gestante. Nós vimos um rapaz de 35 anos falecendo. A equipe de juntava no posto de enfermagem, e chorava. Então, como essa equipe vai voltar no dia seguinte? A minha maior preocupação era chamar os coordenadores [e falar] conversem com a equipe. Cada um dos nossos 750 funcionários, conversem com eles. Eles precisam estar acolhidos. Tem que acolher os funcionários. Na semana passada, tinham 27 enfermeiros afastados por covid”, desabafou Cônsolo.

Cônsolo ressaltou ainda que teve uma funcionária que perdeu o tio, a avó, a mãe e o outro tio, em um mês.

“Infelizmente não é muito comentado na mídia o quanto essas equipes de atendimento sofreram, e até em algumas situações foram mal compreendidas porque não tinha como a gente absorver todo aquele impacto. Mas somos muito gratos a todos eles porque nos ajudaram. A unidade em especial me apoiou o tempo todo, a Unimed não mediu esforços. Imaginem quanto a nossa despesa subiu, é um negócio difícil de calcular. Vocês não têm ideia de quanto aumentou a minha despesa com oxigênio, máscara, touca, roupa, luva, gel. Tudo aumentou. A gente conseguiu tocar, a Unimed conseguiu de forma brilhante atender o nosso cliente de uma forma muito boa, mas às custas de muito investimento”, afirmou.

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