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Um dos chefes de quadrilha que atua na troca de malas no Aeroporto de Guarulhos é preso pela PF

Material apreendido do chefe pela Polícia Civil e foto das passageiras presas

Foto: Montagem/g1/Reprodução/TV Globo

Esquema foi responsável pela prisão ilegal de duas brasileiras na Alemanha

Nesta terça-feira (22) foi preso pela PF (Polícia Federal) um dos líderes do bando criminoso que realizava o tráfico de drogas na troca de etiquetas de bagagens no Aeroporto Internacional de Guarulhos, e que resultou na prisão de duas mulheres brasileiras na Alemanha por engano em 2023.

A quadrilha pegou etiquetas de malas das mulheres e puseram em bagagens com 40 kg de cocaína em 2023. O casal, de Goiânia, foi preso e ficou em cárcere por 38 dias. A operação denominada operação Last Call (última chamada, em inglês), foi executada hoje, tendo o intuito de combater o último integrante da quadrilha descoberta na esteira das investigações sobre o caso. Trata-se de um homem de 30 anos, que ainda não teve o nome divulgado pelos investigadores.

O alvo preso estava em um condomínio de luxo em Guarulhos, onde os policiais federais apreenderam uma grande quantidade de dinheiro em espécie. O criminoso era quem realizava a distribuição dos pagamentos dos outros integrantes da quadrilha, logística e planejamento para o envio da droga para a Europa.

O trabalho era separado entre os grupos que receberiam a droga dos traficantes, levariam para o aeroporto e colocariam no porão do avião, de acordo com a investigação. O preso também mantinha o contato com o dono da droga e com os grupos que atuavam no aeroporto.

F oram apreendidos dentro de uma caixa R$ 12 mil em espécie. O chefe alegou que o dinheiro era do sogro para quem ele trabalhava numa empresa de transportes e recebia salário de R$ 2 mil por mês. O local também tinha um carro com valor estimado em R$ 100 mil e garrafas de uisque que custam mais de R$ 1 mil.

Ações contra a quadrilha

Com a repercussão da prisão das duas brasileiras em Frankfurt, na Alemanha, os policiais desataram a “Operação Colateral” buscando a quadrilha que operava o esquema. 16 pessoas ao todo foram presas nas quatro fases da operação. Ao menos seis deles já foram condenados pela Justiça paulista com penas que variam de 7 anos a 39 anos de prisão.

A PF intensificava a investigação do último foragido restante nos últimos meses. No mês de julho do ano passado, foram presos mais seis integrantes da organização criminosa. Em agosto, a Justiça de São Paulo realizou a condenação por crimes como tráfico de drogas e associação para o tráfico.

Foram aplicadas altas penas, como de 39 anos e de 26 anos de cadeia para os dois principais chefes da quadrilha. Foi apontado que os dois indivíduos eram responsáveis pela compra da droga que seria enviada à Europa, aliciamento de outros criminosos, ato de pagar e ceder celulares para diálogo no interior do aeroporto.

Conforme a sentença, os demais réus, que também exerciam funções de liderança, agiam na mobilidade para a remessa da droga ao exterior, coordenando desde a chegada do material ao aeroporto até a acomodação nas aeronaves. As penas deles tinha variação de 7 anos a 16 anos de prisão.

Uma parcela dos envolvidos trabalhava em prestadoras de serviços no terminal e era encarregada de aliciar colegas para a realização de trabalhos como a recepção das bagagens com cocaína em áreas restritas e a realização da troca de etiquetas.

A partir do caso das brasileiras presas injustamente na Alemanha, a polícia destramou outros crimes parecidos cometidos pelo grupo. Em ao menos outras duas ocasiões, os criminosos mandaram 86 kg de cocaína aos aeroportos de Lisboa e Paris, entre outubro de 2022 e março de 2023. Dessa forma, como no caso de Frankfurt, os entorpecentes foram enviados em bagagens com etiquetas trocadas e apreendidos por forças policiais na chegada à Europa.

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