Ícone do site GRU Diário

Tony Auad: Globo retira falas homofóbicas de Pantanal para evitar cancelamento

Silvero Pereira

Foto: reprodução

Ator Silvero Pereira vai viver “peão gay” no remake da novela da extinta Manchete

Foto: Divulgação

Hoje inicio a minha coluna comentando o posicionamento da TV Globo, para evitar que o remake Pantanal seja cancelado pelo público mais progressistas. A emissora quer evitar que a novela sofra críticas contundentes.

Em razão disso, seus executivos pediram para retirar passagens consideradas homofóbicas que foram escritas na versão original de Benedito Ruy Barbosa em 1990, na extinta Rede Manchete (1983-1999).

As alterações envolvem a história do protagonista Jove, interpretado por Jesuíta Barbosa, e o tratamento dado a Zaqueu, mordomo gay feito por Silvero Pereira com a intenção de dar uma nova conotação na história.

Dar nova roupagem ao texto com discussões atuais e diálogos com as novas gerações é uma grande preocupação da direção da novela, comandada por Rogério Gomes, o Papinha. Tramas foram reformuladas e até a escalação de atores teve esse cuidado por parte da produção.

Segundo apurou a coluna, uma das tramas que foram retiradas de Pantanal é a passagem em que Jove conhece Juma (Allanis Guillen) e, ao voltar para o Rio de Janeiro com a nova paixão, o protagonista torna-se alvo da vingança de uma ex-namorada, que espalha para os amigos e toda a alta sociedade que ele é gay, ou uma “bichona louca”, termo usado no original da história há 30 anos atrás.

Naquela ocasião, o papel teve o nome de Nalvinha e foi interpretado por Flávia Monteiro, conhecida do público por ter protagonizado a primeira versão de Chiquititas (1997-2001) no SBT. Essa ex-namorada ainda irá existir na versão global, usando outro artifício para falar mal do homem que a trocou por uma mulher do Mato Grosso do Sul.

Pantanal tirou ainda o olhar homofóbico que José Leôncio (Marcos Palmeiras) tinha quando via alguns comportamentos  de Jove assim que ele chegava ao pantanal após 20 anos sem ver seu filho. O climão entre os dois só se dará pelas diferenças culturais, não haverá menção à sexualidade do rapaz.

Outra atualização importante será na forma como o mordomo Zaqueu será retratado. Vivido por  Silvero Pereira – que já viveu a drag queen Elis Miranda em A Força do Querer (2017), o servente de Mariana (Selma Egrei) não vai mais sofrer com piadas homofóbicas no texto. 

Na novela, Pantanal pretende mostrar como um homem assumidamente gay como Zaqueu sofre com preconceito, mas sendo defendido na trama pelos caras que, há 32 anos atrás, riam da sua cara. O preconceito será retratado através de personagens que não são do convívio do mordomo e do vilão Tenório, interpretado por Murilo Benício.

A próxima novela das nove é cercada de expectativa e privilégios até porque esse remake, tem a missão de elevar os números de Um Lugar ao Sol, o maior fracasso da história do horário das nove.

Frase Final:  A Deus Tudo é Possível  

Sair da versão mobile