Centro Educacional Moriah monta estratégias para adaptar nova realidade
A implementação da proibição dos celulares nas escolas, em todos os seus espaços, inclusive nos intervalos, conforme a lei federal 15.100/2025, tem sido um desafio para os educadores e educandos, mas já é possível perceber um melhor relacionamento e vivência entre os estudantes. No Centro Educacional Moriah, com unidades no Gopoúva e no Picanço, em Guarulhos, a mudança tem sido positiva.
Para cumprir a legislação, o colégio adquiriu o dobro de tablets para utilização com fins pedagógicos.
Também apostou em jogos que podem ser feitos pelos alunos nos intervalos e no fim das aulas. Com o maior convívio entre crianças e adolescentes, houve uma maior busca por atividades extracurriculares.
De acordo com o professor de Língua Portuguesa e Literatura, Décio Diniz, as aulas têm sido mais produtivas neste ano. Ele avalia que a legislação deve ser mantida, mas, reconhece que os adolescentes do Ensino Médio tiveram mais dificuldades na adaptação. Os jovens estão mais concentrados durante as explicações.
A assessora pedagógica Adriana Alcassar disse que a busca por jogos cresceu consideravelmente neste ano. O pebolim é o preferido, mas, há outros clássicos, como Banco Imobiliário e corda para pular. Ela percebe também uma maior interação entre os estudantes, que se comunicam mais entre eles. O convívio permite que os alunos se conheçam melhor e aumentem seus ciclos de amizade.
A mudança não trouxe dificuldades para todos, como explica a professora do 1º ano do Ensino Fundamental, Andréa Archanjo. As crianças mais novas já não tinham celulares. Ela entende que essa nova geração que será formada a partir dessa lei pode ser mais atenta e participativa nas relações reais, por ficar menos exposta a telas. Ainda assim, ela entende que isso depende também do comportamento das famílias.
“Vai ser uma geração com outra experiência, mas, família e escola devem caminhar sempre juntas”, comentou.
Adaptação
Para os estudantes, a nova rotina sem os aparelhos não têm sido fácil, mas eles reconhecem que há avanços no cotidiano escolar.
O GRU Diário conversou com Joaquim Coimbra, Leonardo Viana e Ryan Castro, os três da 1ª série do Ensino Médio/Técnico do Moriah.
Os alunos avaliam que a lei federal poderia ser menos rígida, já que os celulares também eram utilizados para pesquisas de assuntos em sala de aula. Por outro lado, os estudantes concordam que hoje conversam mais, possuem maior tempo para atividades presenciais dentro do colégio e há uma maior atenção quando os professores pedem atenção.
“Nos primeiros dias foi meio difícil, porque eu ficava muito no celular e acabei ficando ansioso. Depois comecei a jogar pebolim, corda, Twister, e acabou diminuindo essa ansiedade”, reconheceu Joaquim.
Leonardo disse que não utilizava muito o celular, então não sentiu tanta diferença. Já Ryan disse que, sem os celulares, há mais conversa em sala de aula. A comunicação aumentou entre os alunos, já que alguns ficavam quietos porque ficavam mexendo no celular.