Profissionais da Educação vão ficar afastados por no mínimo 14 dias
A Prefeitura de Guarulhos afastou 9 funcionários da Educação após testagem realizada no Teatro Adamastor (Centro), no último sábado (20), que causou aglomeração e longa fila. Os nove profissionais testaram positivo para covid-19.
Ao todo, foram feitos 912 testes rápidos IGM, entre 9h e 14h30, nos profissionais das creches conveniadas com a Prefeitura de Guarulhos. A cidade possui 91 instituições parceiras, com 2.200 funcionários que atendem 10.995 crianças.
O teste rápido avalia a presença de anticorpos e se o organismo teve contato com o vírus recentemente. Os resultados saíram no mesmo dia da testagem no Adamastor.
De acordo com a Secretaria da Saúde, os funcionários que testam positivo para a doença são imediatamente afastados por 14 dias, no mínimo, e “dependendo da avaliação da Secretaria [de Educação], as aulas podem ser suspensas pelo mesmo período”.
A pasta reforça que “esse é o protocolo definido pela Secretaria de Educação para evitar a disseminação da doença, sistematizado em um documento de orientações pedagógicas encaminhado a todas as unidades da rede municipal de ensino”.
A Prefeitura de Guarulhos não confirmou ao GRU Diário se houve suspensão de aulas ou se creches foram fechadas por conta do afastamento dos funcionários, até o fechamento desta reportagem. Os nomes das creches não foram divulgados pela Prefeitura.
Os profissionais das creches conveniadas receberam um comunicado informando que os testes seriam realizados “considerando os diversos casos de suspeita de COVID que estão surgindo diariamente entre as unidades escolares e que, nesse momento, a Secretaria de Educação conseguiu junto a testes para os funcionários das Instituições Parceiras, visando a manutenção da saúde de todos”, diz o aviso (veja abaixo).
Cada creche tinha um horário agendado no Adamastor que seria de uma hora para cada unidade escolar, mas isso não ocorreu e provocou aglomeração e longa fila.
A Secretaria da Saúde afirma que “no início de janeiro, antes do retorno às atividades presenciais, a Prefeitura orientou as entidades parceiras a fazerem a testagem de todos os seus funcionários, garantindo uma volta com segurança e de acordo com as diretrizes traçadas no planejamento da Secretaria de Educação”.
Aglomeração
Funcionários das creches conveniadas reclamaram da aglomeração provocada pela testagem e ainda relataram casos de covid-19 nas unidades onde trabalham. “Nem dava para contar, pois dobrava a fila do estacionamento”, afirma funcionária.
Houve relatos de pessoas que retiraram a máscara, mães que tiveram que levar os filhos e falta de organização do evento que estava previsto para acontecer entre 9h e 12h. “Tivemos de ir em um dia de sábado que não trabalhamos. Não pudemos fazer as nossas coisas do sábado. Por volta da 11h40, fomos orientados a ir embora porque no outro sábado teria uma nova testagem. Eu fui embora, mas a fila continuou grande”, conta uma funcionária. Ela pediu para não ser identificada por medo de represálias.
Ela contou que na creche onde trabalha há um caso confirmado de covid-19 e que entre os profissionais é sabido de “vários casos de professores que se infectaram ao retornar para a escola”. E continua: “Fomos cobaia para a volta da rede. Estão fazendo o teste em nós para depois ver o que vão fazer com as escolas das redes. Nos benefícios sempre somos os últimos. Nessa questão sempre somos os primeiros”, reclama.
Outro ponto levantado pela profissional foi de que a testagem seria obrigatória. “Uma funcionária da Secretaria da Educação disse [no sábado] que não era obrigatório, mas isso não foi passado na convocação”, a. Segundo ela, haverá nova testagem no próximo sábado (27). A Prefeitura não confirmou essa informação ao GRU Diário.
Alguns ficaram mais de quatro horas na fila. “Prefeitura centralizou tudo no Adamastor, um total descaso aos profissionais das redes conveniadas. Muitos estão aguardando a mais de 4 horas na fila. Lembrando que foi divulgado que era agendado, porém chegando lá percebemos o contrário. Tudo junto e misturado. Sem sinalização para distanciamento tudo bagunçado”, escreveu ao GRU Diário um dos profissionais que também pediu para não ter a identidade divulgada.