Vizinhos acompanhavam as missas dominicais dos muros de suas casas.
O padre Antônio Carlos Frizzo, vigário da Paróquia Santa Rita de Cássia, no Jardim Cumbica, transmitiu a última “Missa em Casa” no domingo (26). Durante quatro meses, ele presidiu as celebrações do quintal da casa de sua mãe, Isabel dos Santos Frizzo, de 85 anos, no Gopoúva, que eram acompanhadas por vizinhos em cima dos muros. O cenário, incomum, atraía cerca de 5 mil pessoas semanalmente no Facebook.
Com o retorno das missas presenciais, no final de semana, padre Frizzo voltará a presidir as missas nas comunidades católicas. Para os vizinhos, ficará a saudade de um tempo diferente, em que puderam vivenciar as celebrações presencialmente, mas sem sair de casa.
Os proclamadores das leituras e das preces, por exemplo, liam os textos dos seus quintais, a uma distância de três metros de onde estava o sacerdote. Um recém-nascido chegou a ser apresentado nessa mesma circunstância, sem que o padre segurasse a criança, como era tradicional antes da pandemia.
Sobre o período prolongado em que ficou em casa, padre Frizzo diz que guarda boas recordações. “Foi bacana o relacionamento de mãe e filho. A nossa casa tem um jardim grande, coelho, galinha. Não falta coisa para fazer.” Ele disse que os vizinhos são antigos, o que facilita a amizade.
Em relação às missas virtuais, o vigário admite que os sacerdotes têm pouca formação para comunicação de massa e evoluíram bastante neste tempo. Ele planeja transmitir uma homilia dominical daqui para frente pelo Facebook. Também teve que conviver com algumas críticas pontuais, comuns em época de difusão do ódio pela internet. “Alguns não gostavam da homilia, sobretudo quando criticava o Bolsonaro”, conta.