“Local e maneira do crime foram escolhidos para dar recado ao Estado”, afirmou PGJ
Em coletiva concedida na manhã desta segunda-feira (17), o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, e os promotores Vania Caceres Stefanoni e Rodrigo Merli detalharam a denúncia oferecida pelo MPSP (Ministério Público de São Paulo), também nesta segunda, contra seis responsáveis pela morte de Antonio Vinicius Lopes Gritzbach. O assassinato aconteceu no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em 8 de novembro de 2024. As condutas dos criminosos na ocasião deixaram mais uma pessoa morta e outras duas feridas.
A Promotoria identificou o envolvimento de três integrantes do PCC como mandantes do crime, cometido após Gritzbach firmar acordo de delação premiada com o Ministério Público. Em depoimentos, ele revelou de que maneira foi cooptado pela facção criminosa para lavar dinheiro obtido com atividades ilícitas, apontando ainda para casos de corrupção policial.
Conforme a denúncia, dois policiais militares foram executores dos homicídios, enquanto um terceiro ficou incumbido de conduzir o veículo usado na fuga.
“O local e a maneira da execução foram escolhidos para dar um recado ao Estado, para afrontar e mostrar que a organização criminosa não só tem poder de força, mas também como eles se vingam de pessoas que ousam trair alguma das questões que os envolvem”, afirmou Oliveira e Costa.
O PGJ explicou ainda que a denúncia diz respeito apenas aos homicídios e as tentativas de homicídio, por isso foi apresentada por Vania e Merli, promotores com atribuição no Tribunal do Júri.
Segundo Vania, ficou demonstrada a presença de quatro qualificadoras nos crimes: perigo comum, motivo torpe, impossibilidade de defesa das vítimas e uso de armamento de uso restrito.
“Um motorista de Uber perdeu a vida após ser atingido pelas costas. O MPSP irá até as últimas instâncias para que a pena seja proporcional ao dano provocado”, acrescentou.
Já de acordo com Merli, houve a preocupação de acrescentar na denúncia a busca por reparação pelo dano coletivo provocado pelo ataque, incluindo indenização para as vítimas sobreviventes e os parentes dos mortos.
“Pelo dano social nós pedimos que o valor mínimo seja fixado em R$ 1 milhão. Em favor de cada vítima viva requeremos ao menos R$ 20 mil, enquanto para as famílias enlutadas pedimos o montante mínimo de R$ 100 mil”, explicou o promotor.
Os membros do MPSP revelaram ainda que as investigações prosseguem com o objetivo de descobrir se outras pessoas têm ligação com a ordem para matar Gritzbach.