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Falha não registrada do avião da Voepass que caiu tinha sido descoberta ainda no Aeroporto Internacional de Guarulhos

Avião da Voepass

Foto: Divulgação / Voepass

Erro tinha sido omitido do diário de bordo algumas horas antes do acidente

O voo 2283 da Voepass, oriundo de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto de Guarulhos, havia caído em uma área de um condomínio na cidade de Vinhedo, interior de São Paulo, no dia 9 de agosto de 2024. Todos os tripulantes do avião turbo-hélice ATR 72-500 faleceram neste episódio.  

Sobre responsabilidade da Polícia Federal e pelo CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), as operações que procuram desvendar o ocorrido continuam em atividade, e novos detalhes chegaram à tona. Um deles foi reconhecimento de uma falha crítica no sistema de degelo do avião, impedimento que, de acordo com os investigadores, não foi informado ao diário de bordo poucas horas antes do acidente.

Um ex-funcionário da Voepass que realizava função na manutenção de aeronaves afirmou que estava no hangar na madrugada do acidente. Segundo o colaborador, o piloto que fez o último voo com a aeronave naquela mesma noite denunciou problemas no sistema de degelo, mas teria realizado o alerta apenas verbalmente, sem registrar a falha no diário de bordo.

“Essa aeronave nunca tinha apresentado esse tipo de falha, né? Só que no dia do acidente, quando essa aeronave chegou de Guarulhos para o Ribeirão, ela foi reportada verbalmente pelo comandante que trouxe ela, reportou para o mecânico que foi buscar a aeronave no parque e ela estava desarmando sozinha, ele acionava e ela desarmava, coisa que não poderia acontecer. Se o comandante reporta, tem ação de manutenção. Se não reportou, eles não vão perder tempo com nada que ele falava.”

Em uma gravação obtida pelo Fantástico da TV Globo, um mês depois do acidente, dois funcionários da manutenção da Voepass, que não sabiam que estariam sendo gravados,  queixaram de a falha não ter sido apontada na madrugada da tragédia. O ex-funcionário também informou que a equipe trabalhava sob pressão e que havia uma orientação velada para evitar o registro constante de panes nas aeronaves.

58 passageiros a bordo, além de quatro tripulantes integravam o voo. O sistema de degelo teve seu acionamento três vezes ao decorrer do voo, mas ao fazer uma curva para aproximação de pouso, a aeronave não conseguiu se sustentar e caiu.

Foi registrado os últimos minutos de conversa entre os pilotos e a torre de controle por um gravador de voz, mas somente os investigadores sabem exatamente o que aconteceu nesse momento crucial, que pode esclarecer as causas da queda do voo 2283 da Voepass.

A Voepass foi proibida de funcionar definitivamente em 24 de junho deste ano, mais de dez meses após o acidente. Em nota, a empresa disse que sua frota sempre esteve apta para voos, cumprindo os padrões internacionais de segurança, e declarou confiança no trabalho do CENIPA.

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