Semanalmente, minha missão nessa coluna é trazer um tema que seja interessante, esteja ligado ao dia-a-dia das pessoas e envolva engenharia, mas qual a razão para isso? Obviamente eu ser engenheiro tem grande razão de ser, mas não é só por isso. A ideia é demonstrar que essa profissão, muitas vezes ignorada por grande parte da população, é de grande importância e está envolvida em praticamente todas as nossas ações diárias, desde a mais simples, como acender uma lâmpada até uma mais complexa, fazer a manutenção em um equipamento, por exemplo.
A engenharia está interligada em todas as áreas do conhecimento, podemos ir de engenharia de alimentos à engenharia aeroespacial, passando por engenharia de minas e de software.
Como curiosidade vou colocar abaixo, dois links para artigos que falam dos tipos de engenharia que existem no Brasil na Engenharia 360 e no Guia do Estudante.
Como visto nos artigos acima, existe uma grande variedade de campos de atuação para engenheiros, o que reforça a importância da profissão e a necessidade que a sociedade tem de possuir um número significativo de engenheiros em sua composição.
Essa variedade demonstra a capacidade de pesquisa e desenvolvimento de um país, o que é extremamente importante. Em países como o Brasil, uma engenharia ativa representa desenvolvimento de infraestrutura, de recursos materiais, tecnológicos e energéticos, além da melhoria de produtos, serviços, crescimento econômico e social.
Investimento em pesquisas das diversas áreas é fundamental e requer um planejamento de longo prazo. É preciso saber onde se quer chegar e qual o papel que o país pretende ocupar no cenário internacional. É necessário que seja construído, entre os diversos setores da sociedade, um plano estratégico de país, com metas e objetivos bem definidos, com índices de crescimento factíveis e autossustentáveis.
Trazendo esse tema para mais perto, ou seja, em vez de falar de país e mundo, vamos falar de cidade. Nas nossas cidades a engenharia também deve ter a sua importância respeitada, de forma que se utilize corretamente os conhecimentos, técnicas e expertise na construção de uma cidade inteligente. O planejamento da cidade deve obedecer a critérios técnicos e ser de longo prazo. Costumo dizer que é preciso que os planos de desenvolvimento sejam de cidade e não de governo, estes últimos mudam conforme cada gestor.
Sofremos constantemente com a mudança contínua de direção sem respeitar as características das cidades, dos seus habitantes, potencial econômico e social. Essa falta de identidade é nociva e impede o desenvolvimento em sua essência. Podemos notar que não se tem identidade quando os zoneamentos das áreas mudam constantemente.
É fundamental que os municípios tenham um Plano Estratégico de Cidade e que seja composto de, no mínimo, Plano Diretor, Plano de Mobilidade Urbana, Plano de Desenvolvimento Econômico e Social, Plano de Habitação, Plano de Saúde, Plano de Educação, Plano de Saneamento e Plano Ambiental, sendo que estes todos devem se relacionar, exemplo: dizer que num determinado bairro pode ter shopping e indústria, além de moradias, mas não ter vias que atendam a demanda, transporte para que as pessoas cheguem a estes locais, água e esgoto instalados, casas sem escola ou equipamento de saúde que atenda a região.
Quando as pessoas passarem a entender a importância da engenharia e da sua aplicação, passarem a respeitar um planejamento e que o imediatismo não é a melhor solução, vamos conseguir crescer enquanto cidade, estado e país. Não se faz uma grande nação sem engenharia.
Sobre Joel Rodrigues
Joel Rodrigues é Engenheiro Civil, 41 anos, casado, dois filhos, MBA em Gestão de Negócios, pós-graduando em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas e Engenharia Ferroviária pelo Instituto de Pós-graduação de Goiânia. Possui experiência de mais de 20 anos em projetos, obras e serviços de engenharia em empresas de Construção, Montagem, Manutenção Civil e Industrial, com atuação nos segmentos Aeroportuário, Hospitalar, Portuário, Transporte de Valores, Segurança Patrimonial, Naval, Concessões, Óleo & Gás, Obras Públicas, Infraestrutura entre outras.