Empresa possui mais de 800 empregados na fábrica de Guarulhos
O governador João Doria (PSDB) enviou projeto de lei para a Assembleia Legislativa de São Paulo, na semana passada, que extingue dez empresas estatais. Uma delas é a Furp (Fundação para o Remédio Popular), que possui sua fábrica principal em Guarulhos com mais de 800 funcionários e produz medicamentos, muitos deles raros, que não têm interesse comercial da iniciativa privada.
A gestão Doria considera a Furp ineficaz. O argumento é que a estatal produz remédios mais caros do que laboratórios particulares. Entretanto, uma Comissão Especial de Inquérito (CPI) do Legislativo estadual, no ano passado, apontou o oposto: o Estado precarizou as fábricas, que chegaram a ter ociosidade superior a 50% em 2019.
Em novembro, os deputados estaduais aprovaram relatório em que recomendam o Governo do Estado a manter a fábrica de Guarulhos e fechar a unidade na cidade de Américo Brasiliente, que foi terceirizada, mas tem custo alto e baixa produção.
Os funcionários de Guarulhos chegaram a fazer protestos contra o fechamento da Furp, no ano passado, na Câmara e na Assembleia. Agora, em época de isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus, o clima segue de apreensão.
A oposição de Doria critica o fechamento das estatais e o envio do projeto durante a pandemia.