Stap e grupo de oposição apontam caminhos distintos à categoria
A criação do novo Sindicato dos Professores da rede municipal de ensino causou grande alvoroço no Hotel Slaviero, na região central, em Guarulhos, nesta segunda-feira (3). O Stap (Sindicato dos funcionários públicos municipais) e o grupo da professora Simone Carleto, que integra a oposição, possuem posições divergentes sobre o episódio.
Simone assinou a publicação de um edital, que foi publicado no Diário Oficial da União, para fundar o novo sindicato, para a tarde de hoje no Slaviero. Hoje, os professores municipais estão vinculados ao Stap, que não aceita a divisão da categoria.
O advogado do Stap, Marcelo Pereira, afirmou que o sindicato mobilizou os filiados para comparecer em peso à assembleia. Ele disse que Simone e seu grupo não apareceu e, com isso, foi realizada uma assembleia que rechaçou a criação do Sindicato dos Professores Municipais.
“Se ela (Simone) fizer algum documento de criação do novo sindicato, nós vamos acioná-la criminalmente”, ameaçou Marcelo.
Simone, por sua vez, tem uma versão diferente sobre o episódio. Ela diz que reservou uma sala para até 50 pessoas no hotel e foi surpreendida com a chegada de uma multidão pelo Stap.
“Eles (Stap) vieram aqui com vans cheias de capangas. Na linguagem sindical, vieram os bate-pau. As pessoas do nosso grupo ficaram com medo de apanhar”, disse.
Segundo Simone, houve a assembleia com 30 pessoas em uma sala separada do grupo do Stap, a pedido do Slaviero, para aprovação da criação do novo sindicato, que fica sob a guarda da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação. Hoje, o Stap está associado à Força Sindical.
De acordo com Simone, a assembleia realizada com filiados do Stap foi inválida. “É uma batalha jurídica, mas vamos construir o diálogo com a categoria”, disse.
O grupo de Simone se inspira em um sindicato para professores, que foi criado em São José do Rio Preto. Já o Stap confia que vai conseguir impedir a divisão da base dos filiados.
“Tivemos outras tentativas de criação de sindicato dos professores, inclusive da Apeoesp (Sindicato dos Professores Estaduais). Todas foram rechaçadas”, afirmou Marcelo.