Espaço é utilizado para eventos de arte e cultura, terapias a preços acessíveis e debate para temas sociais
Localizado no Jardim Pinhal, o Coletivo Nossa Casa é uma organização e um espaço que tem como foco oferecer terapias acessíveis e fomentar a arte e a economia solidária na cidade, além de colocar como pauta a questão da diversidade e o respeito as populações periféricas e pretas.
O espaço existe há cinco anos e está prestes a se tornar uma associação. Ao GRU Diário, a psicóloga Camila, uma das gestoras do espaço, contou que o coletivo sobrevive sem a ajuda de governos, somente com o apoio de artistas da cidade e profissionais da área da saúde.
“Diversos profissionais utilizam o espaço para gerar renda para si e também para a própria casa com porcentagens que são passadas. Desde a área das terapias, mas também artesanato, diversos serviços são oferecidos na casa”, afirmou Camila.
O espaço é aberto para todos, mas a Nossa Casa é voltada principalmente para a diversidade e para a população que muitas vezes não conseguem ter acesso a serviços de saúde e terapias.
“A gente tem uma clínica social. A ideia é oferecer serviços terapêuticos na área da saúde, mas com esse recorte social e sobretudo para população que a gente atende aqui, que é a população preta, periférica. Porque isso acaba se tornando muito distante de quem tá no corre, sobrevivendo. Fazer uma massagem, ioga, reiki, até a psicoterapia é tratada como coisa de rico, e a ideia é desconstruir isso aqui”, ressaltou a psicóloga.
Os profissionais associados a casa prestam diversos serviços, desde terapias integrativas, como massoterapia, reiki, yoga, florais, até outras terapias como a psicoterapia, fisioterapia, nutrição, pedagogia, psicopedagogia.
“A gente vai fomentado, articulando, executando serviços, eventos nessas área. A gente funciona numa gestão compartilhada, então também é um desafio desconstruir esse lugar de hierarquia, de ter um chefe, alguém que manda, mas é também um desafio decidir todas as coisas em conjunto”, explicou Camila.
Além dos eventos culturais e dos serviços de saúde, a sede do coletivo também é palco para diversas discussões e debates sobre pautas sociais.
No próximo domingo (28), a Nossa Casa vai discutir a legalização da maconha no Brasil para uso medicinal e recreativo, em pré-evento para a Marcha da Maconha em Guarulhos, prevista para 24 de junho.
“A gente tem construído muito um lugar de troca, de trazer de fato pessoas para a rede de conversa para que haja informação, para que as pessoas saibam de fato porque está acontecendo esse movimento”, ressaltou Camila.
O evento começa às 11h e contará com oficinas, roda de conversa com o convidado Renato Filev e Cidinha, cientista que estuda os usos da maconha e do cannabidiol.
“A ideia é levantar mesmo a discussão, não só como uso recreativo, mas enquanto medicamento, uso medicinal, e também a gente pensar no genocídio da população negra, o encarceramento em massa que é o que acontece. Rever a política de drogas do país como um todo”, contou Camila.
Uma das apoiadoras do evento, a suplente de vereadora Fernanda Curti (PT), afirmou que é preciso fomentar este debate, visto que há uma diferença no tratamento da polícia com quem usa droga na periferia e quem utiliza drogas em bairros nobres.
“Se a gente quer um mundo que não tenha mais criminalidade do ponto de vista da liberdade de pessoas e sem criminalizar um território específico. É uma guerra que ninguém vence, que só gera encarceramento e não resolve o problema de fato”, afirmou Curti.
A Nossa Casa fica localizada na Avenida Avelino Alves Machado, 367, no Jardim Pinhal.
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