Fantasia do torcedor brasileiro neste feriado foi a de palhaço. E não temos perspectivas de tirá-la tão cedo
A música, considerada a primeira arte, é uma coisa maravilhosa. Não importa o momento da sua vida. Sempre haverá uma letra e uma melodia que irão retratá-lo fielmente.
Eu escolheria duas canções para falar sobre estes dias carnavalescos ou de pós-Carnaval: “Todo Carnaval tem seu fim”, dos Los Hermanos, e “A Felicidade”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. A primeira é autoexplicativa, já a segunda tem a famosa frase: “Tristeza não tem fim. Felicidade, sim”. E é exatamente assim que me sinto em relação às Seleções Brasileiras.
Em pleno domingo de Carnaval, o feriado mais brasileiro de todos, o time masculino, comandado por Ramon Menezes (sabe-se lá o porquê), perdeu para a Argentina no torneio Pré-Olímpico e não irá para os Jogos de Paris. Ou seja, não terá chance de defender o seu bicampeonato. Um verdadeiro vexame para a equipe, que tinha Endrick e John Kennedy no ataque.
Outra vergonha recente foi a eliminação para Israel na Copa do Mundo Sub-20, realizada no ano passado.
Somado a esses fiascos, em julho de 2024, completam-se dez anos dos 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal da Copa do Mundo, no Mineirão. E por incrível que pareça, foi a melhor participação do Brasil em uma edição do torneio desde o penta, em 2002.
Para se ter uma ideia do tamanho da seca brasileira, que chegou apenas a uma semifinal (que era melhor nem ter disputado) em 20 anos de Copas, desde 2002, tivemos a Argentina em duas decisões, a França em três e a Croácia em uma.
A Seleção feminina, mesmo com todo o crescimento dos clubes no cenário nacional, também passa por anos difíceis. Após duas pratas em Jogos Olímpicos (2004 e 2008) e um vice-mundial (2007), o time não consegue sequer chegar perto de um título relevante mais. Recentemente, caiu na primeira fase da Copa do Mundo, num grupo em que a Jamaica, que enfrentou inúmeras dificuldades para disputar a competição, avançou.
Infelizmente, aquele papo de país do futebol é cada mais fantasioso. E por falar nisso, qual fantasia você vestiu nesse Carnaval? A minha foi de palhaço, que ainda acredita numa solução rápida para o futebol brasileiro.