Clientes alegam que houve vazamento de dados, empresa nega e diz que incidente foi causado por funcionário
O aplicativo da iFood sofreu ataque na noite desta terça-feira (2) que alterou o nome dos restaurantes na plataforma por propagandas antivacina e ofensas ao ex-presidente Lula e à ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.
Alguns estabelecimentos cadastrados ganharam o nome de “Vacina Mata”, “Petista Comunista”, “Marielle de Franco Peneira”, “ Lula Ladrão”; outros tinham frases de apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido): “Bolsonaro 2022”.
A empresa emitiu um comunicado pelas redes sociais alegando que um funcionários é o responsável pelo ataque e ainda afirma que a situação ocorreu com aproximadamente 6% dos estabelecimentos na plataforma.
“Não encontramos qualquer indício de vazamento da base de dados pessoais cadastrados na plataforma, tampouco de dados de cartão de crédito”, diz a empresa.
Embora a iFood tenha negado, os clientes afirmam nos comentários da postagem do comunicado que foram vítimas de golpes por vazamento de dados
“Sério ifood? Então foi total coincidência um número tentar aplicar golpe hj cedo no meu número cadastrado na plataforma??”, disse uma seguidora mostrando prints de uma mensagem recebido informando sobre um crédito pré-aprovado no banco.
Outra cliente afirma que foi lançada uma compra em seu cartão na madrugada desta quarta -feira (3). “E como foi feito um lançamento no meu cartão, pelo Ifood, há pouco tempo atrás, se nem acessei o app (tem dias q não acesso)? Sorte minha que não tenho limite nesse cartão”.
Quem tem restaurante cadastrado na plataforma também se queixou e alega prejuízo. “Poxa, mas na minha loja apareceu um monte de pedido cancelado, que foi entregue ao cliente. Como proceder?”, disse uma mulher.
“O ifood poderia me ressarcir já que fiquei 3 horas sem vender nas minhas duas lojas, né? Triste demais”, escreveu o dono de uma loja.
Flow e iFood
Internautas especulam que o ataque ocorreu após a empresa encerrar a parceria com o podcast Flow apresentado por Monark após posts em que o apresentador questiona se “ter uma opinião racista é crime” viralizaram nas redes sociais.
A iFood afirmou ao UOL, na ocasião, que encerrou a relação comercial com o programa por “repudiar qualquer tipo de preconceito ou ato de discriminação”.
Confira o comunicado na íntegra:
Na noite de hoje, 2 de novembro, identificamos que alguns estabelecimentos cadastrados na plataforma tiveram seus nomes alterados. Essa situação ocorreu com aproximadamente 6% dos estabelecimentos na plataforma. Tomamos as medidas imediatas e necessárias para sanar o problema e proteger os dados de restaurantes, consumidores e entregadores.
Não encontramos qualquer indício de vazamento da base de dados pessoais cadastrados na plataforma, tampouco de dados de cartão de crédito.
O incidente foi causado por meio da conta de um funcionário de uma empresa prestadora de serviço de atendimento que tinha permissão para ajustar informações cadastrais dos restaurantes na plataforma, e que o fez de forma indevida.
O acesso da prestadora de serviço foi imediatamente interrompido, e os nomes dos restaurantes já estão sendo restabelecidos. É importante destacar que os meios de pagamento dos clientes estão seguros.
Os dados de meios de pagamento não são armazenados nos bancos de dados do iFood, ficando gravados apenas nos dispositivos dos próprios usuários, não tendo havido comprometimento de dados de cartões de crédito.
Também não há qualquer indício de vazamento da base de dados pessoais de clientes ou entregadores cadastrados na plataforma.